Quem tem mais de 30 anos hoje sabe que se ouvia muito de todos, pais, amigos, pessoas mais experientes, de que um bom colaborador (na época falaria “funcionário” apenas) era insubstituível.

Então, que tal analisarmos um pouco mais o quanto de verdade, grandeza, benefício ou desvantagem isso traz para nós?

Primeiramente, hoje (12/05/2016) estamos presenciando novamente um afastamento de uma figura política que possui a maior importância política do país para que possa ser julgada e, eventualmente deposta. Peço encarecidamente um favor, não entre em debate político nos comentários porque você vai perceber que estamos apenas analisando o período de afastamento e associando com a vida corporativa no que tange ser substituível, ok? Deixem a euforia política para outro lugar.

Quando alguém está há um bom tempo em uma função ou exercendo seu cargo em uma única empresa, esta pessoa tende a dominar muitos assuntos relacionados não apenas à sua função, mas à visão sistêmica da empresa como um todo, isto é, ela entende nuances importantes para que o conjunto funcione.

Algumas pessoas (muitas), infelizmente, ainda possuem o hábito de não colaborar com os demais. Os termos atuais sugerem que alguém que trabalha para uma empresa seja referenciado como colaborador de uma empresa, afinal ele deve colaborar, gerar resultados em equipe. Mas se olharmos o termo funcionário não seria tão problemático assim, afinal para colaborar, as pessoas precisam funcionar, ou seja, estarem em modo adequado de trabalho.

 

Então, você é substituível?

Certamente muitos irão dizer que não, e eu penso o seguinte: QUE PENA!

Vamos analisar o conjunto todo para entender se é bom ou não ser substituível…

 

Você tem o EGO inflado

A empresa depende de mim e tudo vai parar se eu não estiver aqui. Meu desempenho é acima da média, eu entrego mais que a maioria e só eu sei resolver a maioria das questões. Se eu sair a empresa para!

SÉRIO? Então este é o momento de você começar a rever seus valores. Se você é o tipo de pessoa que vai resolver tudo sozinho, não faz sentido estar na empresa ou ser o dono dela. Você limita o seu crescimento e sua arrogância irá derrubar você.

Hoje estamos em uma era de multitarefas, de delegar, de desenvolver equipes. Pessoas com o ego extremamente inflado, tendem a não ficarem por muito tempo nas empresas, mesmo com resultados extremos porque desestimulam os demais e a si mesmas.

Confiança em si e no seu trabalho é uma coisa, ego inflado é outra!

 

Você não está na empresa e as coisas continuam funcionando

PARABÉNS! Enquanto alguns tem medo de sair, tirar férias ou viajar pela empresa, outros ficam contentes em saber que tudo continua funcionando bem sem eles presentes.

A sua ausência mostra que você conseguiu entrar em ou desenvolver um sistema de trabalho que a empresa não para quando você está ausente e o crescimento/desenvolvimento de todos continua. Isso mostra a sua competência em contribuir para o todo e, aquilo que gera medo em alguns, que é saber que as coisas andam sem elas, é, na verdade, algo muito bom para a pessoa e para a empresa: o ser substituível.

Neste momento você descobre quem tem uma tendência maior de crescimento dentro de uma corporação.

 

Substitua a si mesmo

Se você, como empresário ou colaborador, quer gerar crescimento, substitua a si mesmo.

Entenda da seguinte maneira: Principalmente em empresas de pequeno e médio porte as pessoas executam múltiplas funções: Financeiro, folha de pagamento (terceirizam a geração de folha com contabilidades, bem como impostos), estratégicas de vendas, marketing, gerenciamento da empresa, RHR e assim por diante.

Só de ler já preocupa o volume de atividades que recai à uma pessoa. Tem um provérbio africano que diz:

“Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.”

Você não tem como fazer tudo sozinho, nem aprender tudo de tudo sobre sua profissão. As coisas estão evoluindo a cada instante e você precisa estar sempre atual, sem dúvidas. Porém, ao conseguir ser “substituível”, ou seja, fazer a máquina girar sem que esteja presente, você conseguirá sair da sua zona de conforto e gerar mais e melhores oportunidades. E se isso significa sair da empresa para outra, você será sempre lembrado como alguém que montou uma equipe ou sistemática de trabalho onde todos continuam seus afazeres deixando o seu legado bem evidente e mantendo as portas abertas para uma necessidade futura!

 

Esta perspectiva traz a ideia de que você deve querer ser substituível, mas não necessariamente SER substituído.

Quando você consegue chegar aos pontos acima citados, você começa a perceber que seu nível de estresse fica mais sobre controle, você pensa melhor, sua autoestima aumenta e, por consequência, os seus resultados falam por si.

Se você ainda percebe que tudo depende de você, reveja seus conceitos e foque no que deseja. A questão pode ser implementada, com uma certa simplicidade, mas você deve se perguntar se você realmente quer mais resultados ou criar a falsa impressão de que ficar com a chave do cofre somente para si é a solução!

Um dos grandes segredos de ser substituível é enxergar além, por isso eu lanço um desafio para você e sua empresa. Reveja sua postura e processos nos próximos 180 dias e implemente uma estrutura que consiga continuar existindo sem você!

Será que você consegue?

 

Um forte abraço!

Ricardo