Primeiramente a ideia deste artigo não é debater a lei em si, mas comportamentos que são gerados pela mudança, ok?

O artigo em si tem como base as reações observadas de pessoas e empresas, bem como o debate que tive com vários amigos empresários afetados por esta mudança. Desta forma podemos entender melhor como as pessoas estão realmente pensando e o que elas estão sentindo a partir de todo este impacto gerado a partir da mudança da lei. Como sempre buscamos o desenvolvimento pessoal e profissional aqui e não o questionamento político da lei em si.

 

Então vamos lá? Quais são as lições que podemos extrair com toda este impacto da mudança?

 

1. Na maioria das vezes não gostamos de mudanças em rotinas

A mudança da regra aplica-se principalmente às empresas no regime tributário do SIMPLES. O que isso impacta na rotina? As empresas precisam adicionar mais um procedimento administrativo para gerar as guias, recolher impostos e enviar a mercadoria entre estados brasileiros… E como podemos comparar isso dentro de empresas? A empresa na qual você trabalha resolve mudar o sistema de gestão, vamos usar o SAP como exemplo. Todos os procedimentos e rotinas são revisto(a)s e ajustados. Você passa por treinamentos e não gosta de ter que aprender tudo de novo. Para que mudar se já funcionava antes? Assim é a dinâmica da vida! Precisamos aprender a nos ajustar a rotinas que não são criadas por nós para que possamos continuar evoluindo. Este é o preço que você paga por não ser responsável pela sua rotina e pela sua vida. Fatores externos terão influência e depende de como você lidar com este aspecto, ele irá ou não impactar o seu resultado.

 

2. A novidade assusta

Quando algum procedimento é alterado ficamos muitas vezes preocupados com o que ainda não dominamos. Um exemplo diferente… você está com o GPS ligado em viagem. Por algum motivo a estrada está interrompida e o desvio a ser realizado não é claro para você. Existe uma tendência de você sentir um desconforto e ficar nervoso (preocupado) com o que vem pela frente. Para minimizar este impacto pense em coisas diferentes que você pode fazer ao longo do seu dia a dia. Mude rotinas, altere caminhos, faça coisas de formas diferentes. Assim você aprende a estar mais receptivo para o novo e cresce pessoal e profissionalmente. No âmbito corporativo, por mais que você tenha uma rotina, você nunca sabe qual será a surpresa do dia. Nem tudo sai como planejado.

 

3. Novas oportunidades surgem

Ao mesmo tempo que uma mudança imposta pode incomodar inicialmente, ela abre um leque de novas oportunidades. O que é um problema para alguns, gera, em outras pessoas, uma vontade enorme de ajudar na mudança e surgem novas formas de fazer as cosias, sistemas para facilitar esta gestão da mudança, melhorias no ambiente, oportunidades de treinamentos e desenvolvimento, dentre inúmeras outras coisas. Então, ao invés de pensar como uma vítima (que não irá agregar nada para você), que tal buscar oportunidades?

 

4. Você desenvolve sua capacidade de antecipar problemas

Quando existe uma pré-disposição que algo irá mudar, quem se planeja sai na frente. O que pode ser feito para minimizar o impacto da mudança? Quando você está envolvido em um projeto ou atividade de curto, médio ou longo prazo, quais são as ações que você prevê que podem atrapalhar o bom andamento e qual é o seu plano B? Infelizmente, em muitos casos, não temos tempo ou queremos pensar exaustivamente sobre uma solução e acabamos por atuar de forma reativa, isto é, vivemos corrigindo problemas que poderiam ter sido evitados. Quando você for fazer algo, analise várias opções para um problema e quais possíveis falhas ou mudanças que podem acontecer ao longo do percurso. Você terá uma visão proativa ao invés de reativa.

 

5. Toda mudança precisa de regras claras

A partir do momento que uma mudança ocorre é importante alinhar o que ficou diferente e o que deve acontecer a partir de agora. A nova lei do ICMS é justamente questionada porque as regras e procedimentos não são claros ainda para os empresários e demais afetados pela mudança. A mesma coisa ocorre em procedimentos dentro de empresas e na vida pessoal. Se você tiver a impressão de que algo foi feito para “vender facilidades”, fique antenado. Certifique-se sempre de entender exatamente o que fazer e o que deve ser feito. O maior problema de mudanças ou ajustes está na falta de clareza nas instruções. Quantas vezes você teve que refazer algo por achar que era daquele jeito e não ter questionado o suficiente com receio de parecer não saber o que teria que ser realizado? É melhor perguntar e alinhar a informação do que fingir saber.

 

6. É seu momento de dizer sim ou não

A mudança foi implementada, agora o quanto isso realmente te incomoda pela falta de vontade de aprender ou fere aquilo que você acredita (seus valores e princípios básicos)? Algumas vezes, uma mudança drástica por ser a diferença de você conseguir se manter motivado em atividade ou chegou o momento de buscar novas oportunidades externas. Essa escolha é sua!

 

7. Você abre espaço para debates

Uma grande vantagem de uma mudança é o debate que acontece a partir dela. Se a mudança estabelecida é tão grande que impacta na lógica e rotina de negócios, o que pode ser sugerido para não aceitar de cabeça baixa apenas e, sim, buscar melhorar o que está sendo proposto. Diálogo aberto sempre ajuda na evolução. Pense no seu meio de trabalho e convivência e veja quantas coisas podem (poderiam) ser resolvidas através de um diálogo maduro apresentando alternativas ao que está sendo proposto? Nada é eterno e imexível. É tudo uma questão de ponto de vista.

 

Toda mudança gera dois cenários: o da lamentação e o da oportunidade. Muitas vezes a lamentação é apenas o começo para você enxergar a oportunidade. Então não fique parado e extraia algo de bom de tudo isso, por mais negativo que pareça!

 

Um forte abraço!

Ricardo