A crise atualmente é um dos grandes fatores e motivadores para desculpas. Parece uma muleta de apoio para sua falta de vontade de querer assumir responsabilidades.

Segundo a Wikipedia:

“No campo da Psicologia, em particular da Psicologia do Desenvolvimento, o conceito de crise é explicado como toda a situação de mudança a nível biológico, psicológico ou social, que exige da pessoa ou do grupo, um esforço suplementar para manter o equilíbrio ou estabilidade emocional. Corresponde a momentos da vida de uma pessoa ou de um grupo em que há ruptura na sua homeostase psíquica e perda ou mudança dos elementos estabilizadores habituais.

A crise pode ser definida como uma fase de perda, ou uma fase de substituições rápidas, em que se pode colocar em questão o equilíbrio da pessoa. Torna-se, então, muito importante a atitude e comportamento da pessoa face a momentos como este. É fundamental a forma como os componentes da crise são vividos, elaborados e utilizados subjetivamente.”

O que podemos perceber é que a crise é algo que coloca você em processo de mudança, já que sua própria origem do grego diz que crise (Krisis em grego e crisis no latim) dizem que o sentido é ruptura, término, separação.

Tudo isso ligado ao que já foi, ou seja, desprenda-se do que era e comece a conhecer algo novo, a mudar seus comportamentos e rotinas em busca de algo melhorado.

 

Crise na empregabilidade

No âmbito profissional muitas pessoas afirmam que “As pessoas são contratadas pelas suas habilidades técnicas e são demitidas pelo seu COMPORTAMENTO!”

Você já deve ter escutado e lido esta frase muitas vezes não é mesmo? Mas o que acontece realmente com as pessoas e como podemos usar a crise para nos colocarmos em evidência, manter o emprego ou mesmo encontrar uma recolocação no mercado?

Para deixar bem claro desde o início: De nada adianta um ótimo currículo técnico se você não tiver habilidades de comportamento e convivência em grupos!

Desde que começamos a estudar, a ênfase maior no ensino no Brasil é dada em competências técnicas. Por um lado isso é muito bom porque consegue-se (na maioria das vezes) profissionais com uma preparação (teoricamente) melhor. Digo teoricamente porque as gerações atuais tem um certo problema em escutar um “não” ou terem suas habilidades questionadas, entrando logo na fase do “biquinho”. Mas isso é outro assunto que não iremos tratar hoje.

Outro fator importante para observarmos é como falamos a respeito de nossos aprendizados. Ao término de um curso, faculdade, graduação, especialização costumamos dizer que estamos “formados”. E é isso que acontece na maioria das vezes. Nos colocamos dentro de “fôrmas”  que engessamo nossa forma de pensar e seguimos padrões pré-estabelecidos por outros. Algumas instituições mais modernas buscam quebrar este paradigma atual e gerar cabeças pensantes.

Longo caminho pela frente ainda…

 

Qual o problema de treinar apenas habilidades técnicas?

Cresci em um país onde você aprende a pensar como o dono do seu negócio desde os primórdios na escola, mesmo sabendo que a maioria das pessoas não irá ter um negócio próprio. Aprendendo a entender como uma empresa funciona e, que ao dar o seu melhor, a empresa cresce. Ainda, você cresce e as oportunidades surgem, você acaba gerando um conjunto de situações favoráveis para o desempenho e contribuição. Assim, este comportamento satisfaz a necessidade de empreender. Você pode empreender dentro de uma empresa, gerando a sua carreira de sucesso!

O pensamento essencial focado naquilo que acabei de escrever já forma uma base para continuar desenvolvendo ótimos COMPORTAMENTOS.

 

Qual o benefício de gerar novos comportamentos?

Perceba o seguinte:

  • Quando você pensa no conjunto, você desenvolve o pensamento de equipe. (As empresas buscam coletividade e não individualismo)
  • O resultado do grupo é mais importante do que o individual. (Todos ganham e os devidos méritos serão dados)
  • As pessoas abraçam a causa e vestem a camisa da empresa. (Se a empresa for bem, eu irei também)
  • As pessoas tendem a fazer as coisas sem ficar reclamando. (Você é pago para isso, não está na empresa fazendo um favor)
  • As pessoas buscam saber o que a empresa está fazendo, qual rumo está seguindo e começam a se preparar para as tendências. (Interesse genuíno na empresa e no crescimento porque elas podem se beneficiar com isso)
  • As pessoas não aceitam tudo o que lhes é dito, mas também questionam e sabem dizer não. (Ter opinião própria é importante, abre novas visões e permite criar um leque de novas oportunidades)

A lista poderia continuar aqui com inúmeros outros itens, mas quero apenas chamar a atenção para alguns deles e levar você a refletir e ver o que pode ser diferente para você e no seu ambiente.

 

Como posso me destacar e melhorar meus relacionamentos e comportamentos?

Entenda que cada comportamento que você possui é repetido em várias esferas da sua vida e tem base na sua educação. Se você é desorganizado em casa, por exemplo, você tende a ser desorganizado no trabalho com suas atividades e espaço. Uma pessoa “estourada” em casa, que perde a paciência facilmente, tende a repetir o mesmo comportamento no trabalho. São raras as vezes que o comportamento aplica-se de forma isolada.

Assim, uma das primeiras coisas que você deve fazer é entender melhor suas forças e fraquezas. Eu escrevi sobre como fazer uma análise de forças e fraquezas no artigo sobre SWOT Pessoal aqui neste link. Faça esta análise, siga o passo a passo e aprenda a se conhecer.

Depois desta análise busque se capacitar, com ou sem grandes recursos. Tendo acesso a Internet, você terá algumas ótimas opções com certificações internacionais (requer conhecimento de inglês intermediário a avançado) como o Coursera e os cursos da Alison com certificações da Harvard, por exemplo. Claro que existem diversas outras fontes disponíveis de forma gratuita ou de baixo investimento. Estes cursos podem ajudar você a começar um processo de mudança.

Outras alternativas são cursos online diversos e presenciais em instituiões sérias como Dale Carnegie ou outros de esfera comportamental, bem como alinhamentos com serviços especializados com profissionais de coaching. Faça uma escolha, não decidir, já será uma escolha!

Para finalizamos, seguem algumas dicas como desenvolver o seu comportamento de forma gratuita:

 

1. Converse com pessoas do seu convívio com as quais você não gosta de se relacionar

Estas pessoas possuem comportamentos, formas de falar e agir que incomodam você de alguma forma ou o assunto que elas apresentam para você, você acha vazio, irrelevante ou tediosos. Entenda que saber lidar com pessoas que você considera “difíceis” é um ótimo exercício de escutar e aprender a opinião do próximo. Você ficará surpreso ao perceber o quanto essas pessoas possuem coisas importantes e significativas a dizer e que, na verdade, você não sabia ouvir até o momento. Muito das coisas que você não gosta nas pessoas está intimamente dentro de você!

Quando você acha o comportamento de outra pessoa irritante para você, certifique-se de que este mesmo comportamento não está presente intimamente em você. Você irá perceber que muitas vezes, você faz a mesma coisa, talvez de forma diferente.

 

2. Pratique voluntariado

Doar o que você tem de mais precioso, ou seja, o seu tempo! Aprender a compartilhar sem receber nada em troca, buscar aprender no dia a dia com as mais diversas pessoas em busca de uma causa sem ganhos financeiros. Comece promovendo algum tipo de bem estar. Associações diversas, grupo de pais em colégios, comunidades carentes, enfim, escolha algo e vá!

O sentimento que você gera, as novas formas de desenvolver algo, de poder criar e contribuir ampliam sua visão de que, não necessariamente, você precisa de muitos recursos financeiros para fazer algo.

O voluntariado abre sua mente para fazer mais com menos, isto é, pensar fora da caixa, sem esperar nada em troca.

 

3. Pratique gratidão

Converse com pessoas e diga-lhes o quanto você é grato por ela existir e o quanto aprendeu com ela. Mas não fale apenas com as quais você gosta, mas também com aquelas que te deixaram tristes ou chateado. Você também gerou um aprendizado com elas! Ainda, agradeça diariamente por três coisas na sua vida! Foque no que você já conquistou, não no que ainda não tem!

Saber valorizara jornada é algo que será um possível motivador para sua vida e que você sempre poderá usar como força adicional nos momentos em que se sentir desanimado com sua atual situação.

 

4. Faça algo novo

Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Neurologicamente falando, quando você faz algo completamente novo, sem nunca ter feito algo similar, vocês está criando novos caminhos neurais no seu cérebro e desenvolvendo novas habilidades comportamentais.

Evite ficar parado na sua zona de conforto. A vida começa fora dela e os desafios diários de fazer algo novo são extremamente estimulantes. Algo novo pode ser aprender a cozinhar, tocar uns instrumentos, fazer um novo exercício, viajar para algum lugar que você nunca foi!

As possibilidades são infinitas!

 

5. Surpreenda

Pense em algo que você pode fazer para surpreender seu chefe, seus colegas de trabalho, amigos, seu marido, sua esposa, filhos, parceiros, enfim qualquer pessoa do seu convívio.

Uma surpresa alegra a todos e faz com que você possa mostrar que sabe fugir do padrão e apresentar algo inesperado. Não se atenha apenas em datas comemorativas. Surpreenda também fazendo algo inovador no trabalho, apresente alternativas, enfim, use sua imaginação.

 

Espero que este texto possa ajudar você a fugir da crise interna e buscar desenvolvimento.

 

Um forte abraço!

Ricardo